"Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos."
(Antoine de Saint-Exupéry)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Fragmentos: 1 de 6 - Dois Anos

Parece que pra todos os efeitos, nunca existiu "eu e você, nós".
Se nunca existiu, o que foi que nós vivemos?
Aventuras? Desventuras?
Dia 26/02 faz dois anos que ficamos pela primeira vez.
Domingo a noite. Pós churrasco. Eu estressada (pra variar). No seu carro. Você me ouvindo. Eu te querendo como A-M-I-G-O!
Sempre quis, sempre vou querer. Você que nunca me quis assim. Você sempre quis bem mais de mim.
Eu também sempre quis bem mais, mas acima de tudo queria sua amizade. Alguém com quem contar.
Aquele beijo... 2 anos depois e ainda perco o fôlego quando lembro.
Vontade de não parar. 
Sempre foi assim, nunca existiu a vontade parar, mas eu parava. Por medo.
O medo sempre me travou. Medo de me machucar, de errar, de doer, de perder e não saber lidar.
E perdi. E não sei lidar com essa perda até hoje.
Te deletei. Bloqueei. Grande bosta! Nada resolveu. Dentro de mim você continua intacto.
Some. Aparece. Some de novo. Aparece de novo. Vai e vem. Iô-iô.
E tudo o que eu sinto fica aqui, seguindo o SEU fluxo.
Dói saber que não nos pertencemos mais. Que não posso te ter pra mim.
Nessa confusão, ambos tivemos nossas parcelas de culpa.
Mas e aí? Como lidar com esse amor?
Sim, eu disse A-M-O-R! 
Nunca tive coragem de dizer "Eu Te Amo" olhando nos seus olhos azuis. Olhos que me devoravam.
Tinha medo de que você me achasse uma menina boba. Sempre me senti uma menina perto de você.
Uma menina cheia de sonhos, perto de um homem que eu nunca consegui descobrir.
Minha vida, meus sentimentos, meus sonhos, ficaram estagnados no status do "E se..."
E se eu não tivesse sido tão geniosa, tão briguenta?
E se eu tivesse confiado mais, falado mais?
E se eu tivesse me soltado mais, relaxado mais?
E se tivesse rolado?
Será que estaríamos juntos? 
Eu, você, e todos os meus sonhos bobos. Meus planos. Meu gostar.
Será que teria durado? 
Mesmo que não tivesse durado "Para todo o sempre...", acho que eu teria me contentado com o "Eterno enquanto dure...". 
Mas não durou. Teve apenas o começo. O meio e o fim se perderam no meio do caminho, e me deixaram no meio do caminho, no meio da estrada, sem ponto de ônibus, de táxi, sem uma alma viva. 
E até hoje não consegui voltar pra casa. Pro que eu era.

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